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terça-feira, 6 de outubro de 2009
Teologias antieducacionais
Voltamos a um assunto já focalizado em outra parte. Certas teologias eclesiásticas dominantes no Brasil, em vez de favorecer, desfavorecem a verdadeira educação. Algumas ensinam que o homem pode pecar a vida inteira mas, se se arrepender nos últimos momentos da vida, é absolvido de todos os seus pecados, seja pela absolvição sacramental, seja por um ato de crença no sangue de Jesus. Semelhantes sistemas teológicos são um verdadeiro convite para ser mau, contanto que o homem seja bom nos últimos momentos. Uma boa morte parece cancelar uma vida má; 5 minutos de arrependimento parecem neutralizar 50 anos de maldades.
Essas teologias apelam para certas palavras de Jesus, sobretudo para as que ele dirigiu ao ladrão penitente; "Ainda hoje estarás comigo no paraíso". É questionável que essas palavras tenham o sentido que eles lhes dão. É provável que tal paraíso seja o primeiro passo, o início da verdade, após meio século de erros,o início de uma linha reta após longo período de ziguezagues em que o criminoso vivera- mas não é a entrada num céu definitivo e imutável.
Aliás, todas as nossas teologias, de quase 2000 anos, professam ainda a idéia obsoleta de que a morte física do homem decida sobre o seu eterno destino, no céu ou no inferno. A ciência mais avançada dos últimos tempos já provou que a vida após a morte continua mais ou menos no mesmo teor em que se desenrolou antes da morte. Ninguém está no céu, ninguém está no inferno, definitiva e imutavelmente; todos continuam a viver em corpo imaterial, no ambiente que crearam durante a vida terrestre.
A vida continua em outro corpo, com as mesmas luzes e as mesmas sombras, com as mesmas virtudes e os mesmos vícios da vida terrestre. Se há tal coisa como "destino definitivo" (o que é muito improvável), será no ciclo final da evolução, que pode ser de milhões de anos. A "vida eterna" não é uma chegada,uma parada inerte, é uma incessante evolução, um processo dinâmico, afetado por todos os atos e por toda atitude da vida presente. O que o homem semeou no ciclo presente, isto colherá ele no ciclo futuro. A vida eterna não é um estático ser, mas um incessante devir.
Podemos conceber a vida eterna ao modo de uma teoria de relatividade: no mundo dos finitos nada é absoluto, tudo é relativo; o relativo de ontem determina o relativo de hoje, e o relativo de hoje molda o relativo de amanhã.
O vocábulo "salvação" já foi substituído pela palavra filosófica "auto-realização". O homem não é salvo após a morte, num tal céu, nem é perdido após a morte, num tal inferno- o homem realiza-se incessantemente em plena vida, através de todas as existências, telúricas e cósmicas.
As teologias salvacionistas fariam bem em passar para a filosofia da auto-realização, que favorece a verdadeira ética educacional. O principal não é morrer bem,mas viver corretamente.
O brasil, que é um país sem lastro filosófico nem teológico, que não é onerado de taras ideológicas, como certos povos europeus, o nosso Brasil poderia e deveria ser o berço de uma nova humanidade.
O Brasil, no qual "se plantando tudo dá", poderia e deveria iniciar uma pedagogia educacional isenta das taras tradicionais. Mas se nem o governo nem as igrejas estão em condições de iniciar esses novos rumos para a educação, devem pessoas individuais ou grupos sem preconceitos realizar essa educação verdadeira.
Educação do Homem Integral-Páginas 61 e 62
Essas teologias apelam para certas palavras de Jesus, sobretudo para as que ele dirigiu ao ladrão penitente; "Ainda hoje estarás comigo no paraíso". É questionável que essas palavras tenham o sentido que eles lhes dão. É provável que tal paraíso seja o primeiro passo, o início da verdade, após meio século de erros,o início de uma linha reta após longo período de ziguezagues em que o criminoso vivera- mas não é a entrada num céu definitivo e imutável.
Aliás, todas as nossas teologias, de quase 2000 anos, professam ainda a idéia obsoleta de que a morte física do homem decida sobre o seu eterno destino, no céu ou no inferno. A ciência mais avançada dos últimos tempos já provou que a vida após a morte continua mais ou menos no mesmo teor em que se desenrolou antes da morte. Ninguém está no céu, ninguém está no inferno, definitiva e imutavelmente; todos continuam a viver em corpo imaterial, no ambiente que crearam durante a vida terrestre.
A vida continua em outro corpo, com as mesmas luzes e as mesmas sombras, com as mesmas virtudes e os mesmos vícios da vida terrestre. Se há tal coisa como "destino definitivo" (o que é muito improvável), será no ciclo final da evolução, que pode ser de milhões de anos. A "vida eterna" não é uma chegada,uma parada inerte, é uma incessante evolução, um processo dinâmico, afetado por todos os atos e por toda atitude da vida presente. O que o homem semeou no ciclo presente, isto colherá ele no ciclo futuro. A vida eterna não é um estático ser, mas um incessante devir.
Podemos conceber a vida eterna ao modo de uma teoria de relatividade: no mundo dos finitos nada é absoluto, tudo é relativo; o relativo de ontem determina o relativo de hoje, e o relativo de hoje molda o relativo de amanhã.
O vocábulo "salvação" já foi substituído pela palavra filosófica "auto-realização". O homem não é salvo após a morte, num tal céu, nem é perdido após a morte, num tal inferno- o homem realiza-se incessantemente em plena vida, através de todas as existências, telúricas e cósmicas.
As teologias salvacionistas fariam bem em passar para a filosofia da auto-realização, que favorece a verdadeira ética educacional. O principal não é morrer bem,mas viver corretamente.
O brasil, que é um país sem lastro filosófico nem teológico, que não é onerado de taras ideológicas, como certos povos europeus, o nosso Brasil poderia e deveria ser o berço de uma nova humanidade.
O Brasil, no qual "se plantando tudo dá", poderia e deveria iniciar uma pedagogia educacional isenta das taras tradicionais. Mas se nem o governo nem as igrejas estão em condições de iniciar esses novos rumos para a educação, devem pessoas individuais ou grupos sem preconceitos realizar essa educação verdadeira.
Educação do Homem Integral-Páginas 61 e 62
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Deve o educador falar em Deus?
Há quem negue categoricamente que a idéia de Deus deva fazer parte da educação.
-Esta planta é viva?
-Já viste a Vida?
-Não,a Vida não pode se ver,só poderemos ver os vivos.
-Quer dizer que a Vida é invisível e fez os vivos serem visíveis?
-É isto mesmo.Ou talvez seria melhor dizer:a Vida é a Essência,que se manifesta em existências vivas.
-Quer dizer que a Vida e os vivos são idênticos?
-Idênticos na Essência,mas não na existência.
-Para onde foi a Vida?
-Não foi para lugar algum.A Vida está em toda a parte;ela é,por assim dizer,a Alma do Universo.
-E os vivos?
-Os vivos são formas visíveis da vida invisível.Quando as formas desaparecem,nós dizemos que o vivo morreu.
-Quer dizer"morrer" é o desaparecimento da forma da Vida,de um vivo.
-Não,a Vida vive,mas não começa a viver,nem acaba de viver.
-Quer dizer,a Vida é eterna e imortal?
-É isto mesmo.A Vida é eterna e imortal.Nunca nasceu,e nunca morrerá,mas sempre viveu,sempre vive e sempre viverá.
-Essa vida parece ser Deus.
-A Vida é Deus,ou melhor,ela é a própria Divindade.
-Se não se pode perceber e nem pensar Deus,a Vida,como o podemos descobrir?
-Nenhum homem pode descobrir Deus,mas Deus pode descobrir o homem.
-Deus pode descobrir o homem?
-Quando o homem vive de certo modo,Deus o descobre,e então o homem tem certeza de Deus.Mas se o homem não vive de modo que Deus o possa descobrir,o homem discute sobre Deus,mas não tem certeza dele.Certeza não é descobrir Deus;certeza é ser descoberto por Deus.
-A filosofia oriental diz:"Quando o díscipulo está pronto,então o mestre aparece"-isto é ser descoberto por Deus?
-Exatamente.
-E que tem isto que ver com educação?
-O educador quando já foi descoberto por Deus pode mostrar ao educando o caminho certo onde Deus o possa descobrir.
-O caminho,quer dizer,a vivência do homem.
-Sim,isto é a única Religião,mas não é uma religião,uma teologia;é antes uma sabedoria de ser e agir.Se o homem está em harmonia com Deus,pela consciência e pela a vivência,então ele sabe o que é Deus,e vive de acordo com esse saber.É religioso.
-Isto é felicidade?
-Sim,isto é a única felicidade.
E eles tem razão,quando pela palavra"Deus"se entende o que quase todos os teólogos entendem.
Mas quando por "Deus"se entende o que os grandes iniciados de todos os povos entendem,então essa idéia é o próprio alicerce da verdadeira educação.
No século 17,o filósofo Spizona disse que Deus é a alma do universo,e no século 20,Einstein,o pai da Era Atômica,encampou essa idéia de Spinoza.
Aliás,já no primeiro século,disse Paulo de Tarso aos filósofos atenienses que Deus é aquele "no qual vivemos,nos movemos e temos a nossa existência".
Nenhum homem de experiência Profunda entende por Deus uma pessoa ou uma individualidade,mesmo que eleve esse conceito a milionésia potência.Pessoa significa invariavelmente uma limitação-e um um Deus limitado não é Deus,mas apenas um ídolo sublimado.
Deus é a REALIDADE UNIVERSAL,O SER,A INTELIGÊNCIA CREADORA,A CONSCIÊNCIA CÓSMICA,A ALMA E O UNO DO UNIVERSO,cujo verso é o corpo visível do cosmos.
Para dar ao educando uma idéia mais ou menos adequada de Deus,poderíamos simplesmente chamá-lo de VIDA.E sobre esta base poderíamos desenvolver o diálogo seguinte:
-Esta planta é viva?
-Sim,ela é viva porque cresce,floresce e frutifica.
-Esta planta é a Vida?
-Não,ela é viva,mas não é a Vida.-Que é que tu entendes por Vida?
-Vida é aquilo que faz os seres vivos serem vivos.-Já viste a Vida?
-Não,a Vida não pode se ver,só poderemos ver os vivos.
-Quer dizer que a Vida é invisível e fez os vivos serem visíveis?
-É isto mesmo.Ou talvez seria melhor dizer:a Vida é a Essência,que se manifesta em existências vivas.
-Quer dizer que a Vida e os vivos são idênticos?
-Idênticos na Essência,mas não na existência.
-Suponhamos que esta planta morra,então a Vida morreu?
-Não,morreu somente o vivo,mas não a Vida.-Para onde foi a Vida?
-Não foi para lugar algum.A Vida está em toda a parte;ela é,por assim dizer,a Alma do Universo.
-E os vivos?
-Os vivos são formas visíveis da vida invisível.Quando as formas desaparecem,nós dizemos que o vivo morreu.
-Quer dizer"morrer" é o desaparecimento da forma da Vida,de um vivo.
-É isto mesmo.Assim quando uma forma de vida aparece nós chamamos isto "nascer".
-A vida nasce e morre?-Não,a Vida vive,mas não começa a viver,nem acaba de viver.
-Quer dizer,a Vida é eterna e imortal?
-É isto mesmo.A Vida é eterna e imortal.Nunca nasceu,e nunca morrerá,mas sempre viveu,sempre vive e sempre viverá.
-Essa vida parece ser Deus.
-A Vida é Deus,ou melhor,ela é a própria Divindade.
-Quer dizer que os que dizem que Deus é pessoa,confunde a Vida com os vivos.
-Exatamente.Como não se pode perceber nem mesmo pensar a Vida,os homens se agarram a um vivo,que se pode ver,pensar e analizar.-Se não se pode perceber e nem pensar Deus,a Vida,como o podemos descobrir?
-Nenhum homem pode descobrir Deus,mas Deus pode descobrir o homem.
-Deus pode descobrir o homem?
-Sim,quando o homem permite ser descoberto.
-Quer quer dizer "permite"?-Quando o homem vive de certo modo,Deus o descobre,e então o homem tem certeza de Deus.Mas se o homem não vive de modo que Deus o possa descobrir,o homem discute sobre Deus,mas não tem certeza dele.Certeza não é descobrir Deus;certeza é ser descoberto por Deus.
-A filosofia oriental diz:"Quando o díscipulo está pronto,então o mestre aparece"-isto é ser descoberto por Deus?
-Exatamente.
-E quando é que o díscipulo está pronto para ser descoberto pelo Mestre?
-O homem está pronto para essa descoberta divina quando ele diviniza toda a sua consciênca com a vida divina e harmoniza toda a sua vida ou vivência de acordo com essa vida.-Quer dizer que tudo depende do fato de o homem estar pronto,estar em condições de ser descoberto pela Vida.-E que tem isto que ver com educação?
-O educador quando já foi descoberto por Deus pode mostrar ao educando o caminho certo onde Deus o possa descobrir.
-O caminho,quer dizer,a vivência do homem.
-Sim, o modo de viver dele
.-Isto é religião?-Sim,isto é a única Religião,mas não é uma religião,uma teologia;é antes uma sabedoria de ser e agir.Se o homem está em harmonia com Deus,pela consciência e pela a vivência,então ele sabe o que é Deus,e vive de acordo com esse saber.É religioso.
-Isto é felicidade?
-Sim,isto é a única felicidade.
EDUCAÇÃO DO HOMEM INTEGRAL-PÁGINAS 43 A 45.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Trechos do livro lampejos do evangelho
"Para Jesus,porém,o "bom samaritano",apesar de ser herege,era um modelo de religiosidade indicado como exemplo a seguir para o clero de Israel,e o centurião romano de cafarnaum,conquanto gentio,era o tipo clássico de homem de fé,e o Nazareno tem a audácia de afirmar que não encontrou grande fé como a dele nem mesmo em Israel.
Ser religiosos era para Jesus conhecer e amar a Deus e em Deus amar as criaturas de Deus;e não consistia em assinar determinada fórmula de credo ou colocar-se dentro da moldura jurídico-teológica desta ou daquela seita eclesiástica(...)"
"(...)O homem religioso,identificado com esse espírito de Jesus,não defende nenhuma igreja ou religião,mas vive Deus em toda a sua realidade.Quem defende uma igreja ou determinada religião pode ser um bom teólogo,rabino ou sacerdote,mas não religioso,pois ser religioso quer dizer descobrir Deus dentro de si,como Jesus,e viver em permanente conformidade com essa gloriosa descoberta,que é amor incondicional e universal."
"(...)O egoísmo eclesiástico pregado pelas igrejas sectárias,quer do Antigo quer do Novo Testamento,é a mais radical apostasia do cristianismo,que é essencialmente amor inclusivista e universal.É precisamente nesse amor pan-inclusivo e onilateral que consiste a verdadeira catolicidade do cristianismo.
Qualquer "ismo" restritivo e coarctante dessa universalidade é incompatível com a verdadeira catolicidade."Catolicismo-romano" quer dizer "universalismo não-universal","universalidade parcial".
Se catolicismo fosse catolicidade,evidentemente não seria exclusivista,nem excomungaria os que,como o bom samaritano herege e o centurião gentio,encontraram a Deus fora das muralhas dogmáticas duma determinada sociedade eclesiástica."
"É tempo,senhores teólogos dogmáticos,de enterrarmos os nossos ídolos,tidos e havidos por sagrados e voltarmos a um conceito mais puro e mais espiritual do cristianismo.Cristão genuíno é todo aquele que possui o espírito de Cristo e vive segundo espírito,porém é de um amor ao próximo universal,nascido dum profundíssimo amor a Deus."
"Há quem afirme que o cristianismo possa salvar o mundo-enganam-se! há quase doisa mil anos o cristianismo tem cometido os maiores crimes de que há memórias nos anais do gênero humano,incluindo cruzadas,inquisições,guerras de extermínio,infernos de ódio,rios de sangue e de lágrimas-e ninguém dirá que isso seja salvação."
Ser religiosos era para Jesus conhecer e amar a Deus e em Deus amar as criaturas de Deus;e não consistia em assinar determinada fórmula de credo ou colocar-se dentro da moldura jurídico-teológica desta ou daquela seita eclesiástica(...)"
"(...)O homem religioso,identificado com esse espírito de Jesus,não defende nenhuma igreja ou religião,mas vive Deus em toda a sua realidade.Quem defende uma igreja ou determinada religião pode ser um bom teólogo,rabino ou sacerdote,mas não religioso,pois ser religioso quer dizer descobrir Deus dentro de si,como Jesus,e viver em permanente conformidade com essa gloriosa descoberta,que é amor incondicional e universal."
"(...)O egoísmo eclesiástico pregado pelas igrejas sectárias,quer do Antigo quer do Novo Testamento,é a mais radical apostasia do cristianismo,que é essencialmente amor inclusivista e universal.É precisamente nesse amor pan-inclusivo e onilateral que consiste a verdadeira catolicidade do cristianismo.
Qualquer "ismo" restritivo e coarctante dessa universalidade é incompatível com a verdadeira catolicidade."Catolicismo-romano" quer dizer "universalismo não-universal","universalidade parcial".
Se catolicismo fosse catolicidade,evidentemente não seria exclusivista,nem excomungaria os que,como o bom samaritano herege e o centurião gentio,encontraram a Deus fora das muralhas dogmáticas duma determinada sociedade eclesiástica."
"É tempo,senhores teólogos dogmáticos,de enterrarmos os nossos ídolos,tidos e havidos por sagrados e voltarmos a um conceito mais puro e mais espiritual do cristianismo.Cristão genuíno é todo aquele que possui o espírito de Cristo e vive segundo espírito,porém é de um amor ao próximo universal,nascido dum profundíssimo amor a Deus."
"Há quem afirme que o cristianismo possa salvar o mundo-enganam-se! há quase doisa mil anos o cristianismo tem cometido os maiores crimes de que há memórias nos anais do gênero humano,incluindo cruzadas,inquisições,guerras de extermínio,infernos de ódio,rios de sangue e de lágrimas-e ninguém dirá que isso seja salvação."
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