Huberto Rohden

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Bem-aventurados os mansos.."

Indício infalível da verdadeira auto -realização é a mansidão. O homem que encontrou o seu Eu divino é necessariamente manso.


Em que consiste a mansidão?


Consiste na desistência de qualquer violência, física como mental, e sua substituição pela do espírito.Todos os seres que não atingiram a consciência espiritual recorrem à violência paraconseguirem os seus fins. Os irracionais só conhecem violência material.


O homem, depois de intelectualizado, descobriu outro tipo de violência muito mais eficiente, que é a violência mental,violência essa que tem muitos nomes entre os homens; uns lhe chamam astúcia, outros sagacidade, outros ainda política, diplomacia, exploração, etc. No fundo, porém,é invariavelmente o mesmo: são certos argumentos analíticos de que a inteligência se serve para conseguir os seus fins próprios da personalidade do ego.




Quando, porém, o homem avança notavelmente no caminho da sua evolução superior,compreende ele que toda a violência física e mental, sem excetuar a mais alta magia mental,é sinal de fraqueza. Quando o homem descobre em si as potências divinas, desiste definitivamente de toda e qualquer espécie de violência física e mental. Não mais confia em máquinas e aparelhos materiais manobrados pela força do intelecto.




O homem auto-realizado descobriu a essência de si mesmo e de todas as coisas,essência essa que é imaterial, e por isso não mais o interessam as aparências periféricas, que os profanos consideram realidades.Por isto, não há para o homem manso de coração motivo algum para recorrer à fraquezada violência brutal, quando ele possui a força da suavidade e benevolência espiritual.




O espírito da força será substituído pela força do espírito.


As conquistas feitas pela irresistível suavidade do espírito da mansidão e do amor, como as de Jesus Cristo, de Francisco de Assis, de Mahatma Gandhi e outros continuam em milhares e milhões de almas humanas.




As coisas suaves têm duração garantida, embora a sua atuação inicial seja, quase sempre, lenta e quase imperceptível.  É fato multimilenar que os homens que mais realizam em si  a força do espírito do que o espírito da força são credores do amor, da simpatia e entusiástica dedicação dos melhores dentre  os filhos dos homens. Esta sabedoria cósmica que proclama a posse do mundo e dos homens pela suavidade do amor e da benevolência, pela não-violência e não agressividade, é privilégio de poucos homens da atual geração.

Essa promessa de Jesus, de que os mansos possuirão a Terra, parece tão estranhamente parodoxal e contrária a todas nossas experiências, que julgamos necessário investigar um pouco mais o conceito de "possuir". O verdadeiro "possuidor" não é um ato físico, material, mas uma atitude metafísica, espiritual. O verdadeiro "possuidor" é do mundo do ser interno, e não do mundo do ter externo.

Ninguém pode possuir algo ou alguém enquanto esse algo ou alguém não concorda em ser possuído; mas, a partir do momento em que consente ser possuído, o possuidor o possui realmente, porque também o possuído se tornou um possuidor, e há igualdade de posse  de parte a parte.

Só se pode possuir algo ou alguém pelo amor mútuo, bilateral, espontâneo, quando ao "sim" de um responde o "sim" do outro.

Compreendemos facilmente que uma pessoa possa sintonizar as suas vibrações pela frequência vibratória de outra pessoa- mas dificilmente admitimos que uma coisa inanimada e inconsciente, como a terra ou a natureza, possam sintonizar a sua vibração com a do homem. Poderá ela concordar  ou discordar em ser por ele possuída ou não?

Aqui é que está um dos velhos erros do homem profano de todos os tempos e de todas as idades: pensar que a natureza infra-humana, falsamente chamada de insconsciente, não sinta as auras irradiadas pelo homem. Como se a natureza fosse uma massa morta, e não uma presença viva!...

Toda a vida de São Francisco de Assis é uma afirmação permanente de que a natureza não é inconsciente e que compreende a linguagem do homem, quando esta deixa o plano teórico da análise mental e passa para a misteriosa zona vital ou espiritual.

Não é fácil ao homem comum, atingir os pináculos da suprema racionalidade pela ladeira íngrime da metafísica, e poucos conseguem escalar o "Himalaia" por esse lado; mas é fácil ascender ao mais alto "Everest" da suprema racionalidade pelo caminho do amor.

Amar incondicionalmente, é o caminho mais curto e rápido às alturas da compreensão integral e universal.

O Sermão da Montanha,Páginas 26 a 32

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