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domingo, 3 de abril de 2011
Mantém permanente unidade na intermitente variedade!
Solicitei aos meus alunos de filosofia, em São Paulo, que me dessem umas sugestões pessoais sobre o que pensavam do problema da felicidade. Um deles escreve quase duas laudas a máquina, contendo numerosas variações de uma idéia central, que culmina no seguinte: para haver felicidade, deve haver intermitências periódicas; a permanência contínua de qualquer estado, por mais agradável em si, embota a sensibilidade,e, por tanto, a consciência da felicidade; assim, quem estivesse sempre farto, ou sempre esfomeado, não seria feliz; para haver felicidade é necessário que haja sucessão de fome e fartura: quem sempre descansasse ou sempre trabalhasse não seria feliz; é necessário que haja sucessão de trabalho e descanso; o maior dos gozos físicos ou mentais deixaria de ser gozo se não fosse alternado com o seu contrário. A felicidade,por tanto, consiste antes em um processo ou fluxo do que num estado ou quietação.
Que dizer quanto a isto?
Há nisso muita verdade- não, porém, a verdade total...
Para haver felicidade deve haver tanto permanência como intermitência- assim como, para haver cinema, deve haver uma tela branca, imóvel(permanente) e deve haver figuras que sobre ela se movam(intermitentes). A tela branca não é o cinema, nem as figuras em movimento podem ser projetadas no ar. Só a junção entre o imóvel e os movidos é que constitui o cinema como realidade total.
Unidade e variedade são fatores essenciais para a felicidade- ou seja, permanência e intermitência.
Parece até que no reino da Infinita Divindade vigora essa mesma lei universal: Deus é uno em sua essência, porém, múltiplo em suas existências: um no ser, muitos no agir...
Essa unidade na diversidade chama-se Universo, palavra genial, da qual nasceu a nossa Filosofia Univérsica. Tanto no macrocosmo mundial como no microcosmo hominal vigora o princípio da unidade na diversidade. O homem integral é o homem cósmico, o homem univérsico.
Há duas coisas mortíferas: O caos e a monotonia.
Caos é variedade sem unidade.
Monotonia é unidade sem variedade.
Nem essa e nem aquela é felicidade.
A felicidade consiste essencialmente na harmonia que é unidade com variedade. Onde falta um dos dois elementos não há felicidade. A unidade é garantida pela essência permanente do homem- a variedade é creada pelas existências intermitentes, isto é, pelo processo evolutivo ou diversas fases de desenvolvimento do homem...
O homem moderno é, muitas vezes, infeliz, não por monotonia, mas em virtude do caos de sua vida... Vítima de mil quantidades externas, não chega a experimentar a qualidade interna do seu ser. Muita são as coisas que ele tem ou deseja ter- pouco é aquilo que ele é... O homem moderno é existencialista, mas deixou de ser essencialista....
Com medo de ser monótono, acaba sendo caótico. Mas o caos não é menos infelicitante que a monotonia; são dois assassinos eqüidistantes da felicidade vivificante.
Pode ser que o homem oriental não seja feliz, por hipertrofia de passividade- mas, se o homem ocidental é infeliz, é quase sempre por hipertrofia de atividade e atrofia de passividade. A harmonia entre a extrema passividade e a externa atividade seria uma passividade...
Passividade é permanência- atividade é intermitência.
Em que consiste esta passividade ou permanência de atitude?
Consiste, antes de tudo, na consciência nítida da nossa eternidade, do nosso Ser absoluto, infinito, da nossa essencial divindade( contrabalançada pela existência humana). Consiste no descobrimento do nosso Eu central, do nosso Emanuel, do nosso Cristo interno, do Reino de Deus dentro de nós, consiste em nossa autorrealização, na nítida consciência daquilo que, na realidade, somos.
A felicidade do homem ocidental não pode ser conseguida pela diminuição das suas atividades externas, intermitentes- mas sim pela intensificação da consciência de sua unidade interna, permanente. Somos infelizes porque, de tão dispersos que andamos pelas periferias múltiplas do mundo de fora, deixamos de saborear a repousante convergência para o nosso centro de dentro, a realidade do seu verdadeiro EU.
A nossa consciência telúrica é máxima- a nossa consciência cósmica é mínima...
A consciência telúrica é gerada pelos sentidos e pelo intelecto- a consciência cósmica é filha da razão ou do espírito.
A solução não está, pois, em abolirmos as nossas atividades horizontais, dos sentidos e do intelecto, mas em lhes acrescentarmos a atividade vertical da razão espiritual. A felicidade é essencialmente cósmica, isto é, nascida do consórcio do físico-mental com o racional(espiritual), isto é, o homem integral, univérsico.
O homem mais feliz que já apareceu na face da Terra foi Jesus, o Cristo, porque nele era a máxima a consciência cósmica da sua identidade com o Infinito "Eu e o pai somos um", aliada à perfeita consciência telúrica da diferença entre ele e o Infinito. "O Pai é maior do que eu."
No dia e na hora em que a consciência telúrica do homem do homem físico-mental for plenamente integrada na consciência cósmica do homem racional- nascerá o homem perfeitamente feliz.
O caminho da felicidade, páginas 68 a 71, Segunda Edição-2005,Editora Martin Claret
Que dizer quanto a isto?
Há nisso muita verdade- não, porém, a verdade total...
Para haver felicidade deve haver tanto permanência como intermitência- assim como, para haver cinema, deve haver uma tela branca, imóvel(permanente) e deve haver figuras que sobre ela se movam(intermitentes). A tela branca não é o cinema, nem as figuras em movimento podem ser projetadas no ar. Só a junção entre o imóvel e os movidos é que constitui o cinema como realidade total.
Unidade e variedade são fatores essenciais para a felicidade- ou seja, permanência e intermitência.
Parece até que no reino da Infinita Divindade vigora essa mesma lei universal: Deus é uno em sua essência, porém, múltiplo em suas existências: um no ser, muitos no agir...
Essa unidade na diversidade chama-se Universo, palavra genial, da qual nasceu a nossa Filosofia Univérsica. Tanto no macrocosmo mundial como no microcosmo hominal vigora o princípio da unidade na diversidade. O homem integral é o homem cósmico, o homem univérsico.
Há duas coisas mortíferas: O caos e a monotonia.
Caos é variedade sem unidade.
Monotonia é unidade sem variedade.
Nem essa e nem aquela é felicidade.
A felicidade consiste essencialmente na harmonia que é unidade com variedade. Onde falta um dos dois elementos não há felicidade. A unidade é garantida pela essência permanente do homem- a variedade é creada pelas existências intermitentes, isto é, pelo processo evolutivo ou diversas fases de desenvolvimento do homem...
O homem moderno é, muitas vezes, infeliz, não por monotonia, mas em virtude do caos de sua vida... Vítima de mil quantidades externas, não chega a experimentar a qualidade interna do seu ser. Muita são as coisas que ele tem ou deseja ter- pouco é aquilo que ele é... O homem moderno é existencialista, mas deixou de ser essencialista....
Com medo de ser monótono, acaba sendo caótico. Mas o caos não é menos infelicitante que a monotonia; são dois assassinos eqüidistantes da felicidade vivificante.
Pode ser que o homem oriental não seja feliz, por hipertrofia de passividade- mas, se o homem ocidental é infeliz, é quase sempre por hipertrofia de atividade e atrofia de passividade. A harmonia entre a extrema passividade e a externa atividade seria uma passividade...
Passividade é permanência- atividade é intermitência.
Em que consiste esta passividade ou permanência de atitude?
Consiste, antes de tudo, na consciência nítida da nossa eternidade, do nosso Ser absoluto, infinito, da nossa essencial divindade( contrabalançada pela existência humana). Consiste no descobrimento do nosso Eu central, do nosso Emanuel, do nosso Cristo interno, do Reino de Deus dentro de nós, consiste em nossa autorrealização, na nítida consciência daquilo que, na realidade, somos.
A felicidade do homem ocidental não pode ser conseguida pela diminuição das suas atividades externas, intermitentes- mas sim pela intensificação da consciência de sua unidade interna, permanente. Somos infelizes porque, de tão dispersos que andamos pelas periferias múltiplas do mundo de fora, deixamos de saborear a repousante convergência para o nosso centro de dentro, a realidade do seu verdadeiro EU.
A nossa consciência telúrica é máxima- a nossa consciência cósmica é mínima...
A consciência telúrica é gerada pelos sentidos e pelo intelecto- a consciência cósmica é filha da razão ou do espírito.
A solução não está, pois, em abolirmos as nossas atividades horizontais, dos sentidos e do intelecto, mas em lhes acrescentarmos a atividade vertical da razão espiritual. A felicidade é essencialmente cósmica, isto é, nascida do consórcio do físico-mental com o racional(espiritual), isto é, o homem integral, univérsico.
O homem mais feliz que já apareceu na face da Terra foi Jesus, o Cristo, porque nele era a máxima a consciência cósmica da sua identidade com o Infinito "Eu e o pai somos um", aliada à perfeita consciência telúrica da diferença entre ele e o Infinito. "O Pai é maior do que eu."
No dia e na hora em que a consciência telúrica do homem do homem físico-mental for plenamente integrada na consciência cósmica do homem racional- nascerá o homem perfeitamente feliz.
O caminho da felicidade, páginas 68 a 71, Segunda Edição-2005,Editora Martin Claret
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